Jair Bolsonaro, presidente do Brasil de 2019 a 2022, se destacou tanto por suas ações quanto por suas declarações. Conhecido por seu estilo direto e controverso, suas falas geraram amplos debates e críticas ao longo do mandato. Abaixo, destacamos 20 das falas mais polêmicas de Bolsonaro enquanto esteve na presidência.
- E daí? Lamento — “Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. Durante a pandemia de Covid-19, ao ser questionado sobre o aumento expressivo no número de mortes no Brasil em abril de 2020, Bolsonaro reagiu com essa frase, que foi amplamente criticada pela insensibilidade.
- “Tem que deixar de ser um país de maricas”. — Em novembro de 2020, ao minimizar novamente os impactos da pandemia, o então presidente criticou o que considerava exagero na reação ao vírus, usando o termo pejorativo “maricas” para se referir aos que temiam a Covid-19.
- “Todo mundo vai morrer um dia.” — Em mais um comentário sobre a pandemia, Bolsonaro afirmou que a morte é inevitável, sugerindo que as medidas para conter o vírus eram exageradas.
- “O Brasil está quebrado, eu não consigo fazer nada.” — Em janeiro de 2021, Bolsonaro gerou polêmica ao afirmar que o Brasil estava “quebrado”, justificando a incapacidade do governo de avançar em algumas pautas econômicas. A declaração foi vista como um desincentivo ao investimento e à confiança no país.
- “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. — Essa frase, dita durante um café com jornalistas estrangeiros em abril de 2019, foi interpretada como um incentivo ao turismo sexual no Brasil e gerou uma forte repercussão negativa.
- “O país não pode parar por causa de uma gripezinha.” — No início da pandemia, Bolsonaro comparou a Covid-19 a uma “gripezinha” e disse que a economia não poderia ser paralisada por causa da doença. A fala gerou críticas devido à subestimação da gravidade do vírus, que no Brasil vitimou mais de 700 mil brasileiros, sendo o segundo no ranking mundial com casos de óbitos.
- “Fuzilar a petralhada.” — Em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que “fuzilaria a petralhada” (termo pejorativo para petistas) no Acre, gerando grande controvérsia e críticas por incitação à violência.
- “Não sou coveiro.” — Quando perguntado sobre as mortes por Covid-19 em abril de 2020, Bolsonaro respondeu com a frase “não sou coveiro”, demonstrando, segundo críticos, descaso e desprezo com as vítimas da pandemia de covid-19 no Brasil.
- “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda toma Tubaína.” — Bolsonaro fez essa declaração em maio de 2020, quando defendia o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo sem comprovação científica. A fala polarizou o debate sobre a pandemia.
- “Vai comprar vacina na casa da sua mãe.” — Em outubro de 2021, Bolsonaro respondeu de maneira ríspida a um apoiador que cobrava a compra de vacinas, criando mais uma situação de embate em relação ao combate à pandemia de covid-19.
- “Vacina transforma em jacaré.” — Ao criticar a vacina da Pfizer, Bolsonaro disse que não se responsabilizaria por eventuais efeitos colaterais, como a possibilidade de “virar um jacaré”, referindo-se de forma irônica às preocupações sobre efeitos adversos.
- “Fraude nas eleições de 2018.” — Em diversas ocasiões, Bolsonaro afirmou que teria vencido as eleições de 2018 no primeiro turno se não tivesse ocorrido fraude, sem apresentar evidências. Essa narrativa foi amplamente criticada por minar a confiança no sistema eleitoral e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
- “Faltou [Guedes] furar o teto, ou eu quebrei o Brasil?” — Essa fala, dita em setembro de 2021, surgiu em meio a debates sobre os gastos do governo. Bolsonaro tentava justificar dificuldades econômicas e insinuou que furar o teto de gastos seria uma saída para solucionar os problemas.
- “Não estou sentindo nada, não é isso tudo.” — Em julho de 2020, ao contrair Covid-19, Bolsonaro minimizou os efeitos do vírus ao afirmar que “não era tudo isso” que falavam sobre a gravidade da doença, reforçando sua postura negacionista.
- “Você está com uma cara de homossexual terrível.” — Em uma conversa com o então ministro Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro fez esse comentário, que foi considerado de mau gosto e homofóbico, somando-se a outros discursos que perpetuavam preconceito.
- “Parece que é um país de gordos.” — Em janeiro de 2021, Bolsonaro ironizou o crescimento da obesidade no Brasil, após questionamentos sobre o auxílio emergencial e a crise alimentar gerada pela pandemia, o que foi visto como uma resposta insensível.
- “Não vou colocar dinheiro na mão de mendigo.” — Essa frase foi dita por Bolsonaro ao criticar os programas de transferência de renda e projetos sociais, sinalizando sua rejeição à ideia de ampliar programas de auxílio econômico para a população mais vulnerável.
- “Quem quer dar esmola, que dê em sua casa.” — Bolsonaro usou essa fala para criticar as políticas de caridade pública, sugerindo que os cidadãos fizessem isso de forma privada. O comentário repercutiu mal entre defensores de políticas de assistência social e a oposição.
- “Acabar com todos os radares móveis no Brasil.” — Em 2019, Bolsonaro anunciou que queria acabar com radares móveis nas rodovias federais, afirmando que eram usados apenas para arrecadar dinheiro. A declaração gerou críticas sobre o impacto na segurança do trânsito.
- “Nunca houve ditadura no Brasil.” — Bolsonaro frequentemente minimizou a gravidade do regime militar (1964-1985) e chegou a dizer que nunca houve uma ditadura no Brasil, provocando reações indignadas de historiadores, vítimas e ativistas dos direitos humanos.
Essas declarações revelam o estilo combativo e polarizador de Jair Bolsonaro ao longo de seu governo, caracterizado por minimizar problemas graves, criar embates com adversários políticos e desafiar normas sociais e institucionais. Enquanto seus apoiadores valorizavam sua “divididas polêmicas”, muitos críticos o acusavam de falta de empatia e de perpetuar discursos problemáticos.