Rio – A ativista trans e cozinheira Danielly Rocha, de 38 anos, foi encontrada morta, na madrugada de sexta-feira (2), dentro da própria casa na Lapa, na Região Central do Rio. Em imagens de câmeras de segurança, a vítima aparece entrando no imóvel acompanhada de um homem, que deixa o local sozinho momentos depois.

    De acordo com a Polícia Militar, agentes do 5º BPM (Praça da Harmonia) foram acionados para uma ocorrência de encontro de cadáver. No local, os militares encontraram a vítima já sem vida. O caso foi encaminhado inicialmente para a 5ªDP (Mem de Sá).

    Nas redes sociais, a deputada estadual, Danieli Balbi (PCdoB), primeira mulher trans eleita para o cargo no estado, comentou o caso. “Segundo relatos e imagens divulgadas pela polícia, ela entrou em casa acompanhada de um homem que, horas depois, saiu sozinho. Depois disso, Danny foi encontrada morta. É inaceitável. É revoltante. E é urgente! Queremos saber quem é. Queremos investigação séria”, disse.

    A parlamentar reforçou ainda um pedido de Justiça. “A cada mulher trans ou travesti assassinada, é o Estado que falha. É a sociedade que se cala. E nós que gritamos: isso não pode continuar. Que Danny descanse em paz. Que o nosso luto se transforme em justiça”, afirmou.


    De acordo com a Polícia Civil, agentes analisam imagens das câmeras de segurança e realizam outras diligências para esclarecer as circunstâncias da morte


    Danny, como era conhecida, trabalhava como cozinheira no Surubar e na CasaNem, um centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, na capital fluminense. A ativista se formou no curso de Formação Básica em Cozinha, em 2023, da ONG Gastromotiva.

    A instituição publicou uma nota em homenagem a Danny. “Ela era uma mulher trans, sonhadora e uma profissional incansável que acreditava na cozinha como ferramenta de transformação — como nós acreditamos. Sua partida brutal escancara, mais uma vez, a violência que insiste em ceifar vidas trans no Brasil. Nos solidarizamos com familiares e todes que sentem essa perda irreparável. Danny, sua luta não será esquecida”, disse.

    O Instituto Marielle Franco também se pronunciou e demonstrou revolta com o assassinato. “A violência que tirou a vida de Danny não é um caso isolado, mas parte de um sistema que oprime, desumaniza e apaga corpos trans diariamente. Não podemos aceitar que essas vidas sejam tratadas como descartáveis. Este caso é mais um exemplo do quanto é urgente enfrentarmos a violência contra pessoas trans com seriedade e compromisso. Cada transfeminicídio é uma denúncia contra o Estado, que segue omisso diante dessa realidade”, afirmou.

    A organização pediu ainda mais rigor nas investigações. “Exigimos justiça! Que as autoridades apurem esse crime com a máxima transparência e celeridade. Não descansaremos enquanto os responsáveis não forem punidos””.

    Compartilhar!

    Um apaixonado por jornalismo digital. CEO dos sites MRO desde 2012 e tentando sempre acompanhar a evolução da internet no Brasil.

    Deixe um comentário